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24 de agosto de 2006

O que desejo encontrar


Palavras caladas para sentir o que de verdade o irreal tem a me dizer.
Entre tantas sensações escolhi a solidão e descobri que ela pode não ser tão ruim se realmente a sós. Não sei até quando serei escrava dessa farsa de solidão. Sei que ainda há tempo de voltar para o ninho que fugi, do berço que me assegurava da inércia descontrolada de todos os dias. Mas ainda é cedo. Aprenderei todos os passos, chorarei sim a cada caída e ainda espero que meus pensamentos de desistência não se inclinam à certeza.
Entretanto, não vejo como não parar de cair. Nesta pista da minha vida não tem espaço para pousos urgentes. Vivendo com os improvisos e voando com os olhos fechados, meus pensamentos encontram-se tão longínquos. Por onde será o caminho do fim? Será que bem quero saber por onde comecei e se comecei.
Até onde encontro minha lucidez sei que andei por muito e tanto tempo perdida no ar. Tampouco ainda não cheguei até a mim, encontro-me longe da onde deveria estar.
Entre tantas palavras vazias existe um sentimento inexorável. Solidão, saudade, prazer, todos transformados em nada que me dá a seiva de todas as noites em amanhecer novamente e por mais e mais uma vez encarar todas as mentiras.
E agora que você é o motivo de tanta dor minha, ajoelhe-se ao meu pranto. Quero ouvir de ti a honrar a culpa, diga sim que foi erro seu ser tão maléfico. Diga. Ajoelhe-se herói, mais uma vez você!
Ouça meu nome em teus pensamentos, entenda a razão da minha ira. Entenda que tudo é farsa. Entenda, submeta-se a permanecer eternamente, até amanhã, ao meu lado, segurando minhas mãos, atando-as para que eu não escape novamente desse nosso mundo.
DBA (04/abr/06)