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3 de setembro de 2007

Meu mundo tão imperfeito


Meu maior medo não é perder qualquer coisa que viva fora da minha realidade, mas perder o meu mais íntimo e verdadeiro sentimento de orgulho em ser eu mesma. Perder os sentidos, deixar de ser aquilo que me contempla para ser apenas mais uma, sem mistérios e sem lembranças.

Parar e pensar no infinito é de cansar os olhos da minha sanidade, porque o presente já deixou sua graça. Mas vou parar, até de olhar para frente, isso tudo não adiantará, não trará a solução dos problemas. Eu fico aqui, prendo os cintos porque a viagem será longa, porém lenta como todos os passos que dei para chegar até aqui. Já não me importa o que vai acontecer daqui para frente, as novidades já eram esperadas e nem posso mais negar a ausência de um ser forte, verdadeiro dentro de mim. O que ainda posso fazer ao me deparar todos os dias com minha própria imagem, senão fingir? Até porque não mais problemas em mentir, esta é a solução que me acerca.

E para falar em verdades, todas as vezes que meus olhos se aprofundam em seus olhares sinto uma enorme tristeza em ver que sonhos não foram realizados, sonhos foram iludidos, adiados e até mesmo esquecidos. Mais ainda, minhas lágrimas não são por você, são dedicadas aos meus abandonos diários, a pessoa que deixei de ser, àqueles que deixei de ter, aos momentos que não vivi, enfim, nunca serão por você. Porque você não me faz sofrer, eu que não me deixo viver.

Então, já não posso deixar de pensar no infinito. Momento após momento eu escondo a pessoa que sinto que sou, mas que já nem sei quem é, se sou. De sempre em diante o que faço e fingir, por onde ir vou fingir.

Agora, enxugar a mentira, esconder o que passou.


Fingir...

Por onde ir. Até chegar. Quando acabar. Simplesmente, ir...




DBA(03/09/07)