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25 de outubro de 2012

Sentir-se amado


O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama. 


Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado. 

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros

24 de fevereiro de 2012

7 de dezembro de 2011

Levo, Vou.


Um dia desses pegarei minha vida, juntarei com minha alma e deixarei que essa saudade te visite! Assim quem sabe ela vai embora.
DBA 

Imagem: Avivi | http://www.avivi.org/

24 de novembro de 2011

É o fim

Eu fui embora
Joguei tudo no chão, minhas roupas, suas lembranças
Todas as coisas que não mais voltarão.
Eu esqueci
Apaguei da memória aquele sorrisso seu enquanto dormia,
a sutileza quando me olhava,
o medo que você sentia.
Está tudo no chão.
Está tudo para fora.
Vou me desprender,
Não vou querer voltar.
Vou ser forte, não posso resignar.
Nada aqui é para mim,
de você só restou o fim.

DBA 24.11.12

30 de outubro de 2011

Odeio dois beijinhos, aperto de mão, tumulto, calor, gente burra e quem não sabe mentir direito. Não puxo saco de ninguém, detesto que puxem meu saco também. Não faço amizades por conveniência, não sei rir se não estou achando graça, não atendo o telefone se não estou com vontade de conversar. Fico tão cansada às vezes, e digo pra mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. Mas um cansaço diferente... um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem. Porque ver é permitido, mas sentir já é perigoso. Sentir aos poucos vai exigindo uma série de coisas outras, até o momento em que não se pode mais prescindir do que foi simples constatação. Hoje eu queria alguém que me dissesse que eu não precisava me preocupar. Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo. A moça – que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Toma um café, que o mundo acabou faz tempo.
Caio F. Abreu

8 de maio de 2011

Amar é Punk


Eu já passei da idade de ter um tipo físico de homem ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho (bem estranho). Tivesse um figurino perturbado. Gostasse de rock mais que tudo. Tivesse no mínimo um piercing (e uma tatuagem gigante). Soubesse tocar algum instrumento. E usasse All Star.

Uma coisa meio Dave Grohl.

Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star e rock´n roll, mas confesso que muita coisa mudou. É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece o cara. Começa, aos poucos, a admirá-lo. A achá-lo FODA. E, quando vê, você tá fazendo coraçãozinho com a mão igual uma pangaré. (E escrevendo textos no blog para que ele entenda uma coisa: dessa vez, meu caro, é DIFERENTE).

Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ele vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo). Ele não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você está de TPM no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.

Ah, gente, sei lá. Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO COMIGO. QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero dormir abraçada sem susto. Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.

Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever, minha inspiração iria acabar e meus futuros livros iriam pra seção B da auto-ajuda, com um monte de margaridinhas na capa. Mas, CARAMBA! Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, no meu caso, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor. Não, antes era paixão. Antes era imaturidade. Antes era uma procura por mim mesma que não tinha acontecido.
 
Sei que já falei muito sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios.


Demorei anos pra concordar com meu querido (e sempre citado) Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida”. Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava (e não dizia): porra, que tédio!



Ah, Cazuza! Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar - ah, o amor! - AMAR É PUNK.

FERNANDA MELLO

27 de abril de 2011

Então você está confusa com seus sentimentos. Ele apareceu tão de repente na sua vida, com aquele brilho manso no olhar, com aquela meiguice na voz, sem pedir coisa alguma, meio como um Pequeno Príncipe caído de um asteróide. A princípio você nada percebeu de diferente. O susto veio quando você se lembrou das palavras da raposa, explicando ao Pequeno Príncipe o que era ficar cativo: É assim. A princípio você senta lá e eu aqui. Depois a gente vai ficando cada vez mais perto. Os passos de todos os homens me fazem entrar dentro da minha toca. Mas os seus passos me fazem sair.






Antoine de Saint-Exupéry
“E me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas… dizer que te considero - pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero.”



-Caio Fernando Abreu

À esperar

É o que fica de um caminhar sem destino, um tropeço no meio do nada, um sonho que insiste em querer se tornar real. É tudo mentira! Eu sei que não tenho mais coragem de tirar meus pés do chão e que não tenho mais vontade de parar de voar. Mas se estivesse suas mãos para segurar eu poderia até fechar os olhos e buscar minha direção ao lado da tua.



O fato é que meu anseio prevalece e não sei distanciar essa vontade de mim, a vontade de afeto, do desejo intenso, do compartilhamento verdadeiro. A verdade é que não vejo a hora das nossas almas se tocarem e se cuidarem com ternura.


Será que você me reconhece, a qualquer momento, assim como eu te reconheço e te espero para um enlace sem erros e induvidoso? Será que você sabe meu nome e seus pensamentos tremem ao saber que um dia serei sua?


Talvez seja uma predestinação à toa. E sendo ou não, espero um dia te encontrar, meu único e verdadeiro amor.

DBA

4 de abril de 2011

É, você!

Olá, como vai você? Como tem sido sua vida sem mim? Você tem sentido minha falta? Como ainda seu coração? Ainda gosta dela? Esses dias eu olhei para você. você também me olhou. Porque não veio falar comigo? Tenho tanta coisa para te contar. Tanta coisa presa aqui na minha garganta. Sabe, eu te esqueci. É. Te esqueci. Esqueci também do que você me fez sentir. Esqueci da dor e dos sorrisos que você arrancou de mim. Esqueci do amor que eu sentia por você. Esqueci de tudo. Mas, eu ainda lembro de alguma coisa. Alguma coisa que me diz “foi bom”. É estranho, mas é assim. É meu amor, eu também queria te dizer que eu não tenho mas sentido sua falta. Queria dizer que aprendi a viver sem você. Aprendi a suportar. Aprendi que amor não é só pernas tremendo, pensamentos fixos numa pessoa, saudade, desejos, coração acelerado. Aprendi também que amor não pode ser amor se não dor correspondido. Aprendi que um eu te amo não basta. Aprendi que tenho que assumir sentimentos para cultiva-los ou dar fim neles. Aprendi tanta coisa. Agora estou aqui. Estou aqui te escrevendo uma carta que você nunca vai receber, nem ao menos ler. Mas eu preciso disso. preciso escrever para você uma última vez. E dessa vez é certo, pois eu descobri que o que eu sentia não era amor, e se era não importa mais. E depois de tudo isso eu só queria dizer obrigado. Obrigado por tudo. Você me ensinou muitas coisas sem nem perceber. E eu sempre te agradecerei por isso. Agora você é apenas uma memória. Pequena e fraca. Mas é uma memória que eu sei que me ajudou em muita coisa, me ensinou muita coisa, me fez bem e mal, uma memória que existem poucos retalhos dela. E é assim que eu me despeço de você, dizendo obrigada novamente. Com amor, aquela pessoa que achava que te amava.

30 de março de 2011

10 dias

E eu ainda espero aquele sim, mesmo que seja com incerteza.

23 de março de 2011

3 de Outono

Respirar fundo
Ir adiante
Explodir o mundo
Gozar o instante

Bilateralidade sentimental
Desconexão principal
Meu êxtase é descomunal
Finda a paz emocional

Amor saturado
Linguagem viciante
Se eu prosseguir
Quem irá adiante?

(DBA)

22 de março de 2011

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."



(Carlos Drummond de Andrade)

Esconderijo - Ana Canã

Procuro a Solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha
pensamento sem razão

Procuro esconderijo
encontro um novo abrigo
como a arte do seu jeito
e tudo faz sentido
calma pra contar nos dedos
beijo pra ficar aqui
teto para desabar
você para construir

2 de Outono

Tinha coisas a dizer nessa manhã,
A confusão, o desapego, o espaço
A lacuna, os carinhos, qualquer dúvida certa

Não desatento que ainda exista
Um cheiro, um gosto, o toque
Um corpo, um copo, um espaço

Em uma manhã qualquer de outono
Eu ainda vou me entregar
Sem beijo de chegada nem abraço de partida

Vou embora sem pensar em você

(DBA)

3 de outubro de 2010

Melhor é estar pior

Como estou?
Até que bem perante minhas mentiras mal contadas e tão bem vividas. Mas depois de algumas três ou quatro taças de vinho com gosto de derrota, tudo fica mais claro (mais algumas palavras simuladas).
Ando meio ausente não do espaço, mas da minha companhia. Não entendo como é estar abandonada por mim mesma, mas estou. Pensar no meu pensar já é pensar em nada. Entre tantas as derrotas vitórias, há minha maior vitória: ser forte o suficiente a ponto de enganar quem amo! Será isso bom? Devo não estar caminhando da forma mais correta, antes caminhar errado e lentamente a parar...
Por fim, estou em um dos meus melhores piores!

(D.B.A)

Perdição

Então, ainda que tardiamente, ela voltou com aquela expressão de culpa e ingratidão. Em longos e suaves passos vinha em minha direção, contornando o chão, desviando dos sonhos, pisando na realidade. Ali nascia o seu novo semblante. Seu escrúpulo se fez de alma. Alma por não saber explicá-la, por não poder vê-la, por estar além de nosso poder imaginário. Aos poucos seu caminho se transformou num quieto e sólido vão de abstração aos nossos olhos.

A medida que sentia seus movimentos, eu recuava cada vez mais. Sobretudo entre o mais firme chão havia um abismo. Eu recuava. O perto estava partindo para o infinito. Eu recuava. Não me importava com o que viria, eu apenas recuava.

Quando acordei ela ainda estava presente. Eu via um caminho tão confuso, e ela dizia que perdoaria minhas tristezas, minhas palavras incompreendidas, meu comportamento temperamental e ainda disse que era para ficar com Deus!

Oh Deus! Tempestuoso e silencioso Deus! Tire-a daqui, da minha vida, do meu caminho. Traça novas rotas para o meu infinito. Meu medo ultrapassa meu entendimento como humana, dedilho palavras desconexas para expressar o que não encontro. Mas como me perco, como não encontro o ponto de ser nesse vazio que sinto, agora, quando ela está comigo.
Meu corpo, por sua vez, despencou de uma altura imensurável...
Ele jamais tocara o chão...



(D.B.A)

Leve Desespero

Como é ruim perceber que estamos falecendo aos nossos próprios sentimentos. Perceber que o que era magia hoje se transformou em uma ilusão que só nos mostra a dura realidade.
Por um momento meu coração parou de bater com tanta força, com meu corpo quente eu sentia a fria e dolorosa lágrima em meu rosto. Aquilo tomou conta de mim de tal forma que minha reação foi continuar parada, sem me mover, mesmo depois de já ter ido embora. Espero muita coisa na vida, da vida, mas não esperava que tal fato ocorresse tão rapidamente.

Olho para trás e ainda vejo marcas dos meus passos, vejo que minha sombra ainda habita o mesmo chão...mas eu já estou longe! Eu me entreguei sem sentidos, sem receios para agora esconder minha face, de tanto medo. Quando estava conseguindo me encontrar dentro do meu castelo, ouvi escombros caindo sob minha fantasia. Mas agora eu não sei para onde ir...
E volto a me perguntar: “até que ponto devemos nos entregar a uma amizade?”.

(D.B.A)

Incógnitas

...não sei se deixo minhas pegadas por onde passo, ou se deixo meu rastro pegajoso pelos cantos...
...não sei se saio correndo pelo mundo ou se sinto minha dor me machucando lentamente...
...não sei se fico e choro ou se vejo meu corpo se exaustando pelo cansaço dos olhos...
...não sei se falo o que tenho a dizer ou se calo e berro com silêncio que destrói mil palavras...
...não sei se tento entender o que se passa ou se deixo passar tudo o que eu não entendo...
...não sei se paro o tempo que não para ou se fecho os olhos e finjo parar no tempo...
...não sei se procuro por explicações mais lógicas ou se continuo nesse meu mundo de inexatidão...
...não sei se quero ouvir as coisas que me dizem ou se quero tampar os ouvidos para mim mesma...
...não sei se me permito sonhar ou se fico no meu mundo de ilusões...
...não sei se consigo seguir adiante ou se consigo continuar parada, lembrando de coisas que jamais voltarão...
...não sei se reconhece meus erros, minhas incompetências ou se caio de vez no meu orgulho...
...não sei se olho e vejo as coisas como boas ou se esqueço que existem coisas boas...
...não se vivo ou se morro com a dor do mundo...


(DBA)

Quem?

Quem sou eu?
Como saberei?
Sei o que fui
Nunca mais serei.
Talvez eu seja gestos, palavras
Ou choros e sonhos
Seria a essência
De um dia risonho
Serei o que passei, o que temi
Serei os problemas e as contradições
Julgo ser mais, mais que um coração
Não sou temores nem amores
Não sou perdas nem mesmo vitórias
Sou eu mesma incompleta, mutável
E diferente daquela de um segundo atrás.

(DBA)

Silenciosamente falando

Existem dias que falar qualquer coisa é suficiente para estabelecer um vazio inigualável. Mas que ao mesmo tempo há alguém que nos faz, por um momento, esquecer disso e viver a realidade e uma outra maneira. Então concluo que a Máscara ainda existe, porém de uma outra forma. Agora quem sabe ela estaja se suavizando e não contradizendo, se acentuando ao meu estado.
E para dias, como este, falar sozinha é a melhor solução. O que calava hoje fala mais alto e o que persiste em falar, calar-se eternamente, nesse momento. Posso ouvir uma voz sublime, que sobe à minha cabeça, sem me preocupar com outras versões "mal-ditas" - nada melhor que a voz do nosso avassalador silêncio para conduzir ao caminho sem destino.

(D.B.A)

A ausência tão presente

Há quanto tempo não compatilho meus anseios aqui neste naúfrago de palavras. Por uma lado senti muito a falta, porém teve um lado bom: me desprendi um pouco deste mundo. Agradeço a preocupação de muitos, aliás eu estou bem esse tempo foi apenas um acúmulo de problemas que

"Há um tempo para amar, um tempo para sofrer, um tempo para esquecer". (Júlio Dantas)

A vida é um ciclo. Todos nós temos altos e baixos, em todos os aspectos da vida. O importante é ter consciência disso, quando estivermos passando pelos momentos mais difíceis; e saber que, por pior que seja, chegará o dia em que a dor será curada e que o sofrimento que agora nos parece doloroso demais não passará de uma lembrança triste.

(D.B.A)
 (Minhas incógnitas estão se aprofundando da existência do meu ser)

 
(D.B.A)

Liberdade Perpétua

Para que tantos planos? Lembro-me das vezes em que queria ficar livre das pessoas, de um certo modo, livre dos sonhos e das dependências diárias. Hoje, coberta de liberdade, me sinto sufocada e ando murmurando gritos pelos cantos abertos.

Hoje são apenas papéis jogados pela mesa, canetas sem tinta... Essas mãos que agora escrevem com sofreguidão, já não as mesmas. O que ainda é o mesmo? Tudo muda, tudo passa e mesmo assim a história se repete.  O riso de criança, hoje é um falsete na verdade da vida; os sonhos são ilusões escaldantes de nada; o medo é o trauma do sempre acontecer e a vida é a lástima ambígua de morrer.

A tragédia que trago comigo é o que acontece noutro tempo e agora: crescer, amadurecer, entender cada vez menos o mínimo. Não posso mais viver nessa liberdade que me aprisiona à tantas confusões e medos. Quero ver o mundo, a vida, nú! Sem espelhos, sem devaneios, sem alma e sem caráter.

(D.B.A)
Um dia nós cansamos, cansamos de inúmeras coisas...
Hoje eu cansei de mim mesma.
Simplesmente exausta pela falsidade de viver....

(D.B.A)

Blank

  Sim, ainda sou eu! No momento sou abraçada pelo frio, mente tranqüila e olhos fechados. Tão fechados que posso tocar meus sentidos sem precisar tocar meu interior.

Sou uma jovem eloqüente pela tentativa da escrita do seu ítimo - do meu íntimo. Acima de eu ser quem não sou comigo mesa, sou meu próprio inimigo, me provoco, chacoteio...Não quero fazer nada, nada agora, pois meu agora nada é!

 (Escrevo...Escrevo... APAGO! Lembro.... ESQUEÇO).

         Por que não consigo escrever com as mãos abertas, livres? Por que estou aqui tentando saber do vazio? Mas o que me adianta saber, sempre estarei com este congelante frio, meio fria e pouco quente.

         Hoje já lembrei de muitos sorrisos saudosos, dos poucos que tive com a honestidade que pouco conheci. Saudoso até o tempo que não tive, aquele que não vivi; sem explicação para essas contrariedades!

Continuar, começar

Sabe o que é o melhor da vida? É não ter nada de melhor. É viver tudo com a mesma intensidade, é olhar para frente e ver além do amanhã, é pensar que não tem nada quando na verdade se tem o necessário para ser uma pessoa especial para si mesmo.
         Procuro não encontrar coerência para o que digo, muitas vezes não há razão para isso. Pois se nem sei ao certo no que penso como pensar o por quê do pensar? Pouco confuso, mas extraordinário saber que a falta de sentindo nos faz entender melhor a vida, só assim pensaremos de uma forma diferente da cotidiana.
         E quando digo dos meus sentimentos, que até agora considerados na visão como tristes e angustiantes, eu me calo e não escrevo por mim, escrevo por um ser insensato e ingênuo – Eu! E é digo que falo é sobre isso que tento dizer com a liberdade da alma e do meu ser psicofísico.
         Este ser, psicofísico, ou seja, um ser manipulado, é o que sou e o que tento não ser para o mundo. Controlada pela mente humana, assim como todos nós mortais, encarando a vida com seus dias de chuva. Quando vivo a minha realidade idealizada, vivo também por um ser idealizado. Somos o que queremos ser, o que nossa mente quer que sejamos ser no momento e é o que seremos.
         Agora, a minha alma é o que escondo dentro do meu psicofísico, intocável e latente. Difícil explicar de algo tão dissimulado, delicado. A alma que “liberto” é a liberdade que muitos procuram e não sabem. Minha alma me constrói em pequenos detalhes e esta mesma alma me prende e sufoca num mundo só meu, mundo que por vezes está otimista e noutras literalmente pessimista e angustiada. Quando entro nesta sala fria, sento nesta cadeira que me abraça, me sinto em paz comigo mesma. Sim, choro, fico deprimida e esqueço mentalmente de mim. Formo uma bolha, mera bolha que só com o pensar estoura, e apago o outro ser, vivo meu ser. Não penso, não sinto, apenas vou vivendo este momento, essa liberdade, onde posso desabafar com a melhor amiga – minha outra face.
         E não posso de forma alguma esquecer desses momentos, porque sinceramente nesses angustiantes instante de dor e espasmos sou literalmente feliz, pelo significado encadeado da palavra.

DBA

Superficial

"E se eu descobrir o que me leva à alma humana, eu ficaria,
Se eu descobrisse como o sol toca a brisa, eu seria lua pela luz dos meus olhos,
E se percebe que o vazio preenche o mudo, o surdo e o mundo, eu pararia e sentaria à minha frente,
Por que eu não minto, não, não, sentimentos através de frases desconexas são verdadeiros,
E quando eu me tocar e não pensar, dei-me o seu amor.


Sinta, tão longe, eu não vou a lugar algum,
Se alguém ouvir, eu não me jogo e não chorarei.
Para todo caso, peça para alguém segurar minhas mãos,
E que parem a música, o relógio que não avisto.

Eu não tenho nada a perder se ninguém souber

Por certo chorarei,
(Quando você falar “desculpa”)

Mais uma vez. "


(D.B.A)

O início do Hoje

Está tudo bem. Tudo bem quando não há perdão que encubra a minha incógnita de viver.
No outono frondescente, eu tento não voltar por este caminho confuso que não tem volta.
Eu preciso de um pouco de simplicidade, seja nos pensamentos e nos sentimentos. Mas se ao ser simples, esquecendo da minha confusão, por vezes utópica, serei o que? Terei apenas mais um quê de qualquer coisa, porém, coisa alguma é mais confortável que minhas ilusões.


Como em tantos outros dias, fico na expectativa de ouvir o toque do telefone, espero o amor, a amizade me ligar. E o que tenho é só o eco da profundidade do meu ser, que nada diz.
Se no silêncio estou, sozinha, mais silêncio terei.

(DBA)