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25 de setembro de 2009

Por acontecer




Estou precisando de um pedaçinho do seu coração, um canto de ternura para acomodar meus medos. Esse frio que sinto subir pela minha pele é o do vazio que fica e se expande, explodindo minha capacidade de ser o que não posso imaginar. Se conseguisse alcançar um pouco além do que quero apostaria as minhas certezas que viver seria mais produtivo, mesmo que fosse por poucos instantes ou mesmo a vida toda.

O receio de errar é mais sensato e desigual ao medo de ser feliz. E vou percebendo que é tempo de perder no jogo, de recuar e prosseguir ao que almejo. Não posso continuar errando, tampouco me maltratando, posso querer que meu eu se vá e sem olhar o que deixou jamais volte a olhar para trás.

E ainda se eu pudesse adentrar o seu coração, diminuiria os seus sentimentos inferiores com o meu, somaria o que não deveria algum dia ter existido e jogaria fora nossas mágoas.

Se eu pudesse...

DBA

17 de setembro de 2009

Refrão de Bolero


Não sei como foi que tudo aconteceu, mas aconteceu e não volta. Também não consigo explicar o porque disso no meu coração hoje, mas senti sua falta. Talvez porque você ajudou a construir parte do que sou e como sou.
Eu aprendi a melhores músicas com você e sei ainda quais são as músicas que você mais gostava. Sabia até dos seus segredos e no fundo também conhecia um pouco dos seus medos.
Você nunca me deu conselhos e eu persistia em enxergar apenas alguns dos seus defeitos, quanta arrogância da minha parte, pois com seus piores defeitos aprendi a levar comigo uma qualidade sem tamanho. Admira sua beleza, seu olhar era puro e com isso comecei a me identificar com fotografia. Nem sabia que o que era mundo e você já me idolatrava, me mimava com pelúcias, que virarão uma coleção imensa de carinho e saudade! Eu chorava, odiava, quando jogava minhas coisas fora e foi assim que aprendi a ser um pouco mais organizada.
As vezes que te via, pedia piedade a Deus, porque te vi indo aos poucos. Se acabando lentamente com os problemas que não te pertenciam. Você não soube ser só e sua bondade te levou daqui.
Brigava e ficava brava com você com sua estupidez ao apertar minhas mãos, mas aquilo era sua maior forma de carinho e como não dizer que existe um vazio, já que não mais sinto a sua brutalidade perante minha fraqueza intimidada. Fiquei meses sem trocar uma palavra com você depois que matou o porquinho, nem gosto de lembrar. Em seguida mais meses, pois você cortou toda a árvore de casa. E quando tudo estava já quase normal você ficou sem falar comigo. E me angustia esse fato de te olhar e você não retribuir.
Eu era a maior esperança que tudo ia ficar bem, mesmo que não fosse verdade eu não queria acreditar e até então não tinha ainda percebido como isso mexeu comigo.
Não era para terminar assim....

‘Mas eu falei sem pensar, coração na mão como um refrão de bolero, eu fui sincero... eu fui sincero...’

DBA
170909

13 de setembro de 2009

Com a cara lavada




Uma confusão em meus pensamentos se manifestava de forma tão clara que era tão nítido como a própria escuridão dos meus olhos. E entre um vão e outro, entre um olhar e o meu tudo passava em segundos. Era tudo que eu gostaria de ter e não tenho.
A cobrança começara por quem vos fala. A vontade de ser uma pessoa completamente diferente, um alguém disfarçado e que soubesse disfarçar, uma perpétua face pintada de sinais evidentes. Ainda sei que tudo continuará como é, que quem sempre desejei estará ao meu lado para que em momentos como esses, possam segurar forte minha mão, sentir minha lágrima escorrendo em seu rosto e dizer palavras exatas. Não posso estar delirando, é verdade sim. Eu senti você encostando-se a meu corpo frio, quase falecido, já que o sustenta o físico se desfalece aos poucos.
Aceitei sugestões, mas não acreditei em você. O que realmente quer de mim? Se for para me arrancar meu oxigênio, e lentamente me fazer morrer, por favor saia. Minhas forças tentam recuperar a minha esperança.
Seja leal às suas sinceridades, abandone-me quando nossos pés tocarem o chão da eternidade. Apenas acompanhe meus erros, Seja o melhor amigo desta que já não sabe quem os são. Por enquanto, deixo meus olhos fechados porque já encaro minha realidade e não quero voltar ao mundo da virtualidade. Mesmo que por aqui nadava bem, mesmo que eu saiba que minhas noites não dormidas são causadoras dessa insônia latente de felicidade. Meu âmago continua cuspindo o mesmo amargo de anos atrás, porque a dor nunca acaba, jamais se extingue, ela está cravada na minha vida. E eu espero o inverno chegar. Espero a dor passar contanto as palavras desse amargo começo de vida.
E eu não peço nada, a não ser minha cara lavada, porque ela não sabe o que é ser pintada. Quero todos meus pecados e ser uma pessoa de íntegra personalidade, já que esta me foi roubada. Apenas dizendo chega ao que nem começou, eu continuo enxugando as lágrimas que cairão.

DBA

Um toque-toque na janela...




Um toque-toque na janela...
A luz que antes brilhava o céu, hoje se esconde entre duas nuvens negras.
Muita coisa mudou, agora percebo!
Mudaram as palavras... e fomos feitos delas, fomos construídos de pequenas e muitas palavras;
Palavras que agora são raridade. Agora parece que vivemos de lembranças que nos causam saudade imensa...
Talvez seja tudo isso ou não seja nada disso.

Hoje é o dia que eu sinto mais falta dos meus amigos, daqueles que estão ao meu lado me apoiando...Daqueles que sei que levarei um pedacinho de cada comigo por toda vida.
Família toda reunida, todos rindo e eu aqui me isolando em uma sala vazia, onde o silêncio é constante e sincero.
Hoje todo mundo esquece o dia, viajam, bebem, dormem, riem... Enquanto eu, pela pequena luz que entra neste lugar, escrevo o que eu nem sei o que sinto. O choro amargo que fica se mistura com o vinho suave...

DBA
010104


Para que tentar entender?
Perder tempo é tentar explicar.